O Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, em Sorocaba (SP), começou nesta semana a implantar um novo modelo de atendimento aos mais de 300 pacientes que estão internados na unidade. É um sistema diferente de tratamento, determinado pelo Ministério da Saúde.
Com as mudanças, os pacientes serão divididos por alas, de acordo com a gravidade da doença. O prédio vai passar por reforma e 100 funcionários serão contratados nos próximos meses.
Estas mudanças no atendimento que começaram a ser feitas no Vera Cruz devem ser implantadas também pelos outros hospitais da região. Os representantes das instituições assinaram no mês passado um acordo com o Ministério Público, se comprometendo a tratar os doentes de acordo com as normas do Governo Federal.
A nova direção assumiu a entidade há menos de uma semana e já determinou uma série de mudanças. A primeira delas, uma avaliação clínica em todos os pacientes.
A equipe que atualmente coordena o hospital é gerenciada pelo médico Norberto Vieira Martins e pelo administrador de empresas Denílson Rodrigues da Silva.
Eles foram nomeados pela prefeitura para cuidar do Vera Cruz depois da intervenção determinada pela justiça. A entidade mantida pelo Ministério da Saúde era particular e depois de denúncias de maus-tratos, cárcere privado e tortura, passou a ser investigada pela polícia e Ministério Público. Os novos diretores garantem que o atendimento será diferente, como manda a política nacional de saúde mental.
Atualmente, 356 pacientes estão internados no hospital. O censo realizado na unidade, no fim de 2012, revelou que apenas 25% dos doentes são de Sorocaba. A maioria é de outras cidades e estados.
Segundo os administradores, por mês, cada um dos internos tem um gasto médio de R$ 1 mil. O dinheiro para o tratamento é repassado pelo Ministério da Saúde, mas o novo modelo de atendimento exige mais verba.
O hospital tem nove alas, mas duas estão fechadas. Todas estão com infiltrações nas paredes e vários problemas na estrutura. Os novos diretores dizem que o local será reformado. Divididos em grupos menores, o tratamento ficará mais humanizado, alegam os gestores.
Para levar adiante um sistema diferente de atendimento, e que vai servir de modelo para outros hospitais do estado, o quadro de funcionários terá de ser revisto, tendo 175 profissionais atualmente.
Nos últimos dias, médicos, fisioterapeutas e nutricionistas já foram contratados. Mas o número de trabalhadores ainda não é suficiente. O Ministério Público está acompanhando o trabalho feito no Hospital Psiquiátrico Vera Cruz.
Fonte: G1