Engenheiro aponta mudanças para o transporte público de Sorocaba

A Reportagem recebeu nesta terça-feira (15) o engenheiro Gabriel Chauar para explicar por que as pessoas desistem do transporte coletivo para ter o próprio meio de transporte em Sorocaba (SP).

Em reportagem exibida nesta segunda-feira (14), mostrou um estudo realizado pela Urbes, empresa que administra o trânsito na cidade. Os dados revelam que, hoje, há menos ocupantes por veículo na cidade. Em 2000, por exemplo, eram 2,6 ocupantes por veículo. Em 2010, o índice caiu para 1,68 e, em 2011, baixou ainda mais. Atualmente, existe 1,5 ocupante para cada carro que circula pelas ruas de Sorocaba.

Chauar é ex-diretor do Departamento de Transportes Públicos do Estado de São Paulo e ex-gerente de Planejamento de Transporte e Tráfego na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), na capital. Para ele, o transporte público tinha que ter atrativos para que o passageiro não abandonasse o ônibus, por alternativas apontadas por ele como “mais cômodas”. “O tempo de viagem por ônibus teria que ser menor. O trajeto de cada linha é muito comprido”.

Chauar aponta como uma solução o sistema de “troncalização”, que recolheria o passageiro em um bairro, levando-o até um terminal, onde ele desceria e pegaria um ônibus de maior capacidade, que não para em outros pontos. “São medidas que têm que ser feitas com mudanças no trânsito, para melhorar a fluidez”, explica.





Gabriel diz que, em Sorocaba, é muito difícil oferecer ao passageiro do transporte público o mesmo tempo, de um ponto a outro, que ele faria de carro. “O centro da cidade está muito adensado e as ruas são estreitas. Se não houver uma intervenção de trânsito, com estacionamentos, conversões, não é possível”, analisa. Outro fator preocupante são os novos polos geradores de tráfego. “Quando for inaugurado algum shopping na cidade, na atual situação, vai piorar muito”, comenta Gabriel.

Mas não é apenas o descontentamento com o serviço que faz as pessoas desistirem do transporte coletivo, diz o especialista. A facilidade nos financiamentos possibilita que muitos busquem conforto e rapidez adquirindo o próprio meio de transporte.

Para o economista Francisco Carlos Ribeiro, a troca do ônibus pelo carro ou moto é resultado da ascensão econômica da classe média  na última década. “Do ponto de vista cultural, ter o carro significa ascender socialmente. Somando isso à facilidade no financiamento, a pessoa prefere comprar o carro e escapar do transporte público”, explica o especialista.

Fonte: G1





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