Empresário resgata animal marinho e leva para piscina em Sorocaba

Um empresário de Sorocaba (SP) mantém um lobo-marinho na piscina de casa desde segunda-feira (15). Alexandre Vaena contou à reportagem do G1 que encontrou o animal machucado e encalhado na areia de uma praia durante uma viagem à cidade de Ilha Comprida (SP), no feriado de 12 de outubro.

“Ele estava morrendo, lutou para voltar para o mar, mas não conseguiu. Então, nós ligamos para a [Polícia] Ambiental, para os bombeiros, e eles falaram que não tinham recursos, que era para deixar, pois era só mais um animal que ia morrer”, conta o empresário.

Segundo o cabo da Polícia Ambiental de Iguape – que atende em Ilha Comprida -, Sergio Croco, nesses casos a PA recomenda que animais marinhos não sejam retirados da praia, mas não para deixar que morram. “A orientação que damos é que animais marinhos podem transmitir inúmeras doenças para o ser humano. Por isso ele não deve ser transportado, em hipótese alguma, sem o devido cuidado e conhecimento”, alerta.

Croco ainda explica que quando um animal é encontrado debilitado na areia, primeiro ele deve ser examinado por um biólogo ou veterinário e, caso seja necessário, o animal é transportado pela Polícia Ambiental para o mar ou para aquários especializados no litoral.

Transporte para ‘piscina’
De acordo com Alexandre, ele tentou ajudar o animal a voltar para a água, mas ele estava exausto. “Nós tratamos dele na praia e levamos para a casa. No domingo, quando viríamos embora para Sorocaba, ele já estava fortinho, já tinha comido bem. Soltamos no mar de novo e ele voltou para a areia. Uma bióloga de Caxias do Sul, com quem conversei por e-mail, disse que ele não conseguiria encontrar o rumo para voltar. Então, o que eu iria fazer? Deixar ele morrer na beira da praia? Trouxe para minha casa”.





O animal ganhou até um nome. “Batizamos de Suelen, porque associamos a ariranha”, explica, referindo-se, respectivamente, ao nome e ao apelido da personagem de Ísis Valverde na novela Avenida Brasil.

O empresário, seguindo as orientações da bióloga, alimenta o animal com manjuba. Segundo ele, o quilo desse tipo de peixe custa por volta de R$ 14,50, e a foca consome pelo menos 5 kg por dia.

Mesmo com os altos custos para manter Suelen em casa, o cuidador diz que só quer que o animal seja retirado de sua piscina se for para voltar à natureza. “Ele está brincando com bola, pula na piscina. Eu quero uma solução que seja melhor para ele. Quero que levem ele da minha piscina se for para um lugar melhor, para o habitat natural. Se for para ficar no zoológico, em um lugar apertado, deixa comigo que eu mesmo cuido”.

Crime ambiental
Apesar da intenção declarada de ajudar o animal marinho, o empresário pode ser enquadrado em crime ambiental por manter animal de fauna em cativeiro. De acordo com a Polícia Militar Ambiental de Sorocaba, a atitude correta seria procurar a prefeitura ou um órgão de apoio aos animais.

Por telefone, o G1 entrou em contato com o biólogo Carlos Santana, que afirmou que o tipo de peixe que está sendo dado é o correto, mas o cloro contido na água da piscina pode prejudicar o animal. “Não aconselharia manter em cativeiro. Ele pode ficar bravo e morder o cuidador. Além disso, a parte fisiológica não se adapta tão facilmente”. O especialista diz que o correto, nesse caso, é procurar a Polícia Militar Ambiental para que o animal seja levado ao zoológico, onde seria realizado o trabalho de readaptação à natureza.

Fonte: G1





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