Cada vez mais as bicicletas ganham espaço nas ruas de Sorocaba (SP). Além de promover a qualidade de vida, com a atividade física, elas melhoram o trânsito deixando muitos carros nas garagens e também o meio ambiente com a redução na emissão de gases.
O publicitário Henrique Cunha é um apaixonado por ‘bikes’. Em sua casa, a decoração conta com objetos que lembram esse meio de transporte. Ele tem imã de geladeira, chaveiro, e até a sua bicicleta é guardada pendurada na parede, como uma bela obra de arte.
Henrique já foi dono de uma empresa de entrega que usava bicicletas como meio de transporte. Hoje atua em outro ramo, mas com a mesma dedicação. “É legal pegar a bike para ir na casa dos amigos, para pensar na vida um pouco. É um convívio”.
O publicitário comprou um carro há dois anos, mas passa a maior parte do tempo na garagem. Para ir ao trabalho, ele prefere a bicicleta. Após transitar por algumas ruas do bairro, já tem acesso à ciclovia. Cinco quilômetros depois, já está na porta do trabalho. Mais rápido do que ônibus ou carro.
Os colegas de trabalho apoiam Henrique, que está tentando convencê-los a também utilizarem esse meio de transporte. Vitor Andrade, diretor de arte da empresa, diz que já começou. “Ando duas vezes por semana, cerca de meia hora, para ajudar a emagrecer também”, conta.
Bike nas ruas
O jornalista e apresentador do Tem Notícias, Leandro Rossito, saiu às ruas acompanhado do ciclista Luiz Reinaldo. Eles circularam pela cidade para conhecer os desafios dos ciclistas no trânsito sorocabano.
Luiz Reinaldo explica que a primeira ação para sair de bicicleta pelas ruas das cidades é usar os equipamentos de segurança, principalmente o capacete.
O ciclista explica que quem anda de bicicleta deve sempre avisar aos motoristas sobre o que pretende fazer. “Devemos sinalizar com as mãos. O braço do ciclista é a seta. Tem que estar sempre em comunicação com o motorista”.
Outra recomendação de Luiz é que o ciclista sempre ande pela primeira faixa, mas não deve estar perto da sarjeta. “Se você fica perto do meio-fio, o motorista entende que pode passar. Ficando mais no meio da faixa, ele vai reconhecer a bicicleta como um veículo ocupando a rua. Ele é obrigado a esperar ou ir para outra faixa”.
Luiz ressalta que os acidentes envolvendo ciclistas geralmente acontecem nos cruzamentos. “Muitas vezes, o motorista não dá seta, o ciclista também não sinaliza, ocorrendo o acidente”. A recomendação é que onde haja ciclovia, que seja utilizada. É o local mais seguro para bicicleta, relata o ciclista.
A Urbes Trânsito e Transporte, responsável pelo trânsito da cidade, está disponibilizando cartilhas educativas para ciclistas e motoristas. Renato Gianolla, presidente da Urbes, explica que tem a cartilha especifica para os ciclistas e outra para os motoristas, com os direitos e deveres de cada um. Ele informa que no horário de pico, cerca de 900 ciclistas usam as ciclivias em Sorocaba.
Sorocaba conta com 96 quilômetros de ciclovias que ligam os extremos da cidade. Para quem não tem bicicleta, a prefeitura disponibiliza 152 unidades em 19 pontos espalhados pela cidade.
Os moradores podem utilizar a bike por um período de uma hora. A devolução pode ser feita em qualquer estação de bicicletas. Segundo a prefeitura, mais de 6,6 mil pessoas estão cadastradas no sistema de empréstimo.
‘Escola do Pedala‘
Para as pessoas que ainda não sabem andar ou que não tenham tanta intimidade com a bike, a prefeitura disponibiliza o projeto “Escola do Pedala”.
José Carlos de Almeida , assessor técnico da Urbes, diz o projeto faz parte do programa “Pedala Sorocaba”, que reúne centenas de moradores, em determinadas datas, para passear em trajetos definidos pelas ruas da cidade.
José Carlos explica que a “Escola do Pedala vai orientar os usuários. “O projeto é promovido todos os domingos, na Avenida Itavuvu”. Ele explica que o “Escola do Pedala” já atendeu mais de quatro mil pessoas.
José Carlos lembra sobre os itens de segurança. “Para bicicletas que transitam entre os carros devem ter campainha, refletivos e retrovisor esquerdo. É obrigatório e está na lei”, comenta.
Fonte: G1